terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Quando um caipira vai a Buenos Aires - Final


5° dia: La Boca e San Telmo

                O domingo é um dia que começa realmente tarde nas cidades de herança hispânica. Saímos do Hostel por volta das 10h30 da manhã, mas a impressão que se tinha era que a cidade ainda estava dormindo.
                A intenção desse dia era visitar Caminito em La Boca e o bairro de San Telmo. Tomamos um taxi em direção a La Boca com um senhor muito simpático que nos advertiu bastante sobre as condições de segurança do local e o cuidado redobrado que deveríamos ter com os nossos pertences.
                Caminito é o passeio mais pega turista de Buenos Aires. No entanto, se é a sua primeira vez em Buenos Aires é parada obrigatória. Nada demais. Uma rua, com casinhas coloridas, com lojinhas de artesanato, restaurantes, casais de tango e artistas de rua que dividem espaço com um mar de turistas (95% deles brasileiros). 
                O lado interessante da rua-museu fica por conta da parte histórica mesmo. A maioria dos imigrantes italianos recém-chegados na Argentina se instalava naquela região. Sem dinheiro para construir uma morada digna, estes reutilizavam os cascos e restos de contêineres para fazerem suas casas. Ou seja, aquelas casinhas coloridinhas, minúsculas em formato de cubo, na verdade já abrigou famílias inteiras dentro delas.
                Por ser uma zona essencialmente turística tudo por aqui é muito caro. Uma parilhada custa os olhos da cara, um cafezinho pode ser mais caro que do Starbucks em São Paulo e nem pense em tirar uma foto com um casal de dançarino de tango ou um sósia do Maradona que circula por lá sem antes desembolsar, no mínimo, AR$ 40,00.
                Seguindo pelo Caminito até o final você já sairá de frente para o Estádio do Boca Juniors.  O Museu “de la pasión boquense” merece uma visita, bem como o estádio em si. Mesmo que você não seja um aficionado por futebol, faça a visita. Afinal de contas, você está na Argentina. E eles encaram futebol não como uma arte (como fazemos aqui no Brasil), mas como uma religião. As pessoas choram por seu time de futebol, amam realmente a camisa de seus times. Se você tiver uma oportunidade de ver um jogo no La Bambonera, então, não deixe passar. Alguns hostels oferecem a entrada para o jogo + transfer + cerveja a partir de AR$ 100,00.
                Feita a visita ao “famoso” Caminito e ao Estádio do Boca Juniors saímos andando em busca da feira de San Telmo. Nem preciso falar que ficamos perdidos. E pela primeira vez em Buenos Aires eu senti realmente medo. Eu andando com uma mochila nas costas, com um guia debaixo do braço e cara de desesperado, estava mais do que na cara que eu era turista.
                O mais longe que conseguimos chegar foi ao Parque Lezama em San Telmo. O bairro é bem legal, com ruas ainda em paralelepípedos, um ar parisiense dos anos 20. No Parque Lezama se encontra o Museo Historico Nacional que exibe documentos e objetos históricos desde o tempo do Vice Reinado do Prata. Uma visita é recomendada para quem quer entender um pouco mais da história colonial da Argentina.
                Em frente ao parque fica a Igreja Ortodoxa de Buenos Aires.  Rende bonitas fotos. Mas, para quem mora em São Paulo e já visitou a Catedral Metropolitana Ortodoxa...
                Tendo em vista que o frio estava cortante (a temperatura não passou dos 5°C apesar do céu azul), e eu ainda estava curtindo a ressaca da noitada anterior, resolvemos tomar um taxi ali mesmo e voltar para o hostel. Dormi até o início da noite. Acordei, cozinhamos algo e ficamos assistindo filme e socializando com o pessoal do hostel. O meu domingo portenho foi chato. Para minha sorte, lá não passa Domingão do Faustão. (rs)

Caminito







La Bambonera

Antigo Porto de Buenos Aires en La Boca

Museo Historico Nacional

Canhão do Museo Historico Nacional

Igreja Ortodoxa






6° Dia: Delta del Tigre, Belgrano e Puerto Madero



                Acordamos cedo e dispostos a aproveitar melhor o dia. Fomos caminhando até a estação de trens de Retiro. Lá tomamos um trem até a estação Maipú de onde se toma um trem turístico chamado de Tren de La Costa que vai até a cidade de Tigre. O trenzinho é confortável e você pode descer nas estações intermediárias e depois embarcar novamente. O preço de ida e volta ficou em AR$30,00.
                Mas, sinceramente, se você está querendo economizar o seu rico dinheirinho, pegue um trem suburbano comum até a cidade de Tigre. O “tren de la costa” só tem costa no nome mesmo. Em seu trajeto não se margeia o rio Prata, salvo em alguns pouquíssimos trechos.
                Tigre é uma cidade muito charmosa. Para coisa de filme americano.  Não é um passeio essencial, mas se você dispõe de mais de cinco dias em Buenos Aires, vale a pena sim. Na cidade tem opção de percorrer os canais em catamarã, a época, o passeio de 1h estava custando em média AR$ 45,00. Mas, vai uma dica importante: não faça esse passeio em pleno inverno com uma temperatura por volta dos 4°C.  E as segundas-feiras, pelo menos durante a baixa temporada, a cidade simplesmente estava fechada.
                Mas valeu pela paisagem, o lugar é lindo. Existe um parque de diversões também logo saindo da estação de trem o “Parque de la Costa”, estava fechado. Mas quem foi diz que é legal.
                Na volta descemos em Belgrano onde visitamos o Museu de Arte Espanhol, logo em frete fica a Igreja da Imaculada Conceição com seu formato redondo e uma arquitetura simplesmente fantástica, vale a pena uma visita.
                Se Recoleta e Palermo nos remetem aos bairros parisienses, Belgrano nos remete aos subúrbios chiques das grandes cidades anglo-saxãs. Andar por Belgrano R é uma delícia, não o deixe de fazer. O bairro também oferece várias opções de compras na Avenida Cabildo, além de outras atrações turísticas como o Bairro Chino (bairro chinês) e o museu de Arte Sarmiento.
                Na volta peguei a linha D do metro, fiz as devidas baldeações e cheguei a Retiro. De lá fui andando pelas docas de Puerto Madero. Simplesmente sensacional. Esta é sem dúvidas a minha parte favorita da cidade.  Aproveitei para simplesmente caminhar e apreciar a paisagem. Há uma fragata-museu ancorada em Puerto Madero que pode ser visitada. Mas, preferi ficar olhando o movimento dos turistas e tirando as minhas últimas fotos. Voltei andando ao Hostel caminhando pela Avenida de Mayo.

Tren de la Costa


Tigre






Iglesia de la Imaculada Conceción

Patio do Museu de Arte Espanhola

Belgrano

Puerto Madero



Puente de la Mujer

Fragata Sarmiento


7° dia: Compras e Ezeiza

                Como o voo estava marcado para as 21h30 a minha ideia era aproveitar esse dia para ir até o Zoológico de Lujan. Infelizmente com a chuva torrencial que estava caindo, tive que abandonar a ideia. Fizemos o check-out no hostel e fomos às compras na Florida.
                Voltamos ao hostel pegamos nossas coisas e às 18h00 pelo preço de AR$110,00 um taxi fechado previamente com o hostel nos deixou em Ezeiza.
                Devido ao mal tempo nosso voo atrasou e saímos de lá quase 1h30 atrasados. Por volta das 02h00 estávamos aterrissando em Guarulhos. E foi assim que se encerrou a nossa saga portenha.  Deixei a cidade com a certeza que em muito breve eu voltaria...


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