3° Dia: Retiro, Barrio Norte e Recoleta
Este
foi um dos dias que eu mais andei em Buenos Aires. Comecei caminhando pela Avenida
Leandro N. Alem onde estão instalados diversos escritórios de empresas nacionais
e multinacionais em modernos edifícios, diria que seria algo como a Avenida Luís
Carlos Berrini para os paulistanos. Ali você avistará a Torre Catalinas Norte
com seus 109 metros de altura e que é um cartão postal da nova Buenos
Aires. Seguindo a mesma avenida até o
final você sairá de frente para a praça onde está a Torre de Los Ingleses (mas
desde a guerra das Malvinas o monumento é conhecido como Torre Monumental), em
frente está a estação de trem de Retiro, que é lindíssima por dentro com um
estilo arquitetônico que lembra bastante a Gare du Nord de Paris. Saindo da
estação não deixe de ir ao Memorial da Guerra das Malvinas e a esquerda você
avistará o Edifício Kavanagh que com 120m de altura já foi considerado o maior
edifício da América do Sul.
Fazendo
o contorno pela Plaza San Martín é só descer a Florida (sim, a doce tentação
das compras) e pegar a Avenida Santa Fé, cruzando a 9 de Julio, aproveite para
dar uma olhada nas vitrines ou apenas observar os portenhos. Buenos Aires é uma
cidade reta e plana em sua maior parte, andar por aqui é agradável. Na Santa Fé fica a paroquia San Nicolas de
Bari que tem uma faixada muito bonita e tem um valor histórico muito importante
para a cidade, como em 1806 quando os portenhos usaram a igreja como depósito
de munição na batalha para expulsar os ingleses da cidade.
Depois deste ponto eu fiquei meio
perdido. Estava no Barrio Norte que junto com a Recoleta formam o complexo que eu apelidei
“Petite Paris”. A similaridade das construções, das ruas largas e arborizadas,
das faixadas em art déco, enfim... Neste pedaço de Baires, definitivamente se
respira Paris e o seu ar aristocrático. Quando me dei conta estava na Plaza
Vicente Lopez onde está a igreja do Sagrado Coração (sim, os argentinos são
bastante religiosos e se você gosta e se interessa por arte sacra aproveite o
que as igrejas da cidade oferecem). Bem, sabia que as embaixadas do Brasil e da
França estavam por aqui em algum lugar, e dessa vez eu realmente fiquei
perdido. Fiquei andando em círculos (mas como estava distraído pela arquitetura
do local nem entrei em pânico). Vira uma rua aqui, dobra outra ali, vira à
esquerda e direita aqui, finalmente cheguei à Embaixada do Brasil.
A embaixada fica num casarão
imenso, é “embasbacante”, simples assim.
Ver a bandeira brasileira tremulando naquela construção tão requintada
me deixou com um misto de orgulho e revolta. Orgulho por saber que estamos bem
representados num país estrangeiro, mas revolta por saber que todo aquele
requinte não corresponde à realidade brasileira. Como estava em reformas não
dava para entrar. Mas pelo que eu percebi, ocorrem periodicamente exposições e
mostras abertas ao público. Ao lado fica a embaixada francesa que é bem
interessante também, mas é ofuscada pela grandeza da nossa.
Já
estava passando da hora do almoço e meu irmão já estava desmaiando de fome
(estava achando tão interessante tudo aquilo que até esqueci que precisava
comer). Atravessamos até a 9 de Julio (neste ponto já é o finalzinho dela) e
almoçamos num restaurante bem simpático na esquina com a Av. Alvear. Por
módicos AR$ 33,00 nos serviram um bife a parmegiana acompanhado por uma
guarnição de arroz, “papas frita” (com o tempo você percebe que tudo que é
servido na Argentina vem acompanhado de batatas) e com direito a “una copita de
vino”. Com o estomago devidamente forrado e um pouco entorpecido por aquela
taça de malbec (sabe como é? Beber de estomago vazio sobe rapidinho) seguimos
pela Avenida Alvear até chegar a Recoleta.
Recoleta,
o bairro onde está o famoso cemitério. Todos querem ver onde jaz Eva Perón. A
mãe dos descamisados. A lenda argentina... É, foi com essa intenção que eu fui
a Recoleta também. Já no final da
Avenida Alvear é possível avistar o cemitério. Quando eu fui estava havendo uma
reforma no portão principal e eu tive que entrar por uma porta lateral. A
entrada no cemitério é gratuita. Mas, tem uns cidadãos que ficam na portam
vendendo um mapa do cemitério em troca de “una contribuición para ayudar a los
niños con SIDA” (uma contribuição para ajudar as crianças portadoras de HIV).
Bem, se é verdade ou não, sei que estava precisando de um mapa e contribui com
uma nota de AR$10,00 (era a única de valor baixo que eu tinha no bolso) e
peguei o mapa.
O
cemitério é imenso, com túmulos de estilo arquitetônico que vão do gótico,
passando pelo barroco ao neoclássico. Apesar de macabro, não deixa de ser
interessante. Várias figuras importantes da história argentina estão enterradas
aqui. Ex-presidentes, generais, famílias tradicionais... Um banho de história.
Mas, vamos ao que interessa, o túmulo de Evita Perón. Andei muito, entra ruela,
sai ruela, cortejos fúnebres e finalmente encontro o túmulo de Eva Duarte (esse
era o nome de solteira dela). Para quem vai esperando uma grandiosa obra de
arte, decepção: o túmulo é extremamente simples. Ouvi de um professor de
história que estava fazendo uma excursão ao local de que o túmulo da família
Duarte é propositalmente simples para não atrair uma procissão de fãs.
Saindo do cemitério não deixe de
visitar o Buenos Aires Design e o Hard Rock café. Os dois estão ao lado do
cemitério e vale uma visita. Atravessando a avenida você estará nas escadarias
da Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires. Simplesmente
fantástica. Ao lado está o Museo de Bellas Artes, a época estava havendo uma exposição
de Brassaï, porém não entrei (meu irmão não é um cara muito chegado à arte). Andando mais um pouco ao lado esquerdo da
Facultad de Derecho está a Flor Metálica, um dos cartões postais de Buenos Aires
localizada na Plaza Naciones Unidas.
Voltando a Plaza Francia (na qual
está o cemitério da Recoleta) fizemos uma parada no Freddo para tomar o
tradicional “helado de dulce de leche”. Como diriam os lusitanos, é
simplesmente bestial. Ir à Argentina e não provar o sorvete de Dulce de Leche
do Freddo é como ir ao Vaticano e não visitar a capela sistina. Saindo do Freddo saí em busca da embaixada do
Reino Unido e da Biblioteca Nacional. Senhores, não me perguntem como eu
cheguei. Lembro ter pedido muitas informações nas ruas adjacentes a Plaza
Francia (argentinos muito solícitos para com a minha pessoa), perdido em meio
aquelas casas ultra requintadas, lembro haver subido uma escadaria e ter
chegado à embaixada britânica. Nada demais. É bonita. Lembra bastante as casas
de West End. Se tirar uma foto em frente e falar que foi em Londres
provavelmente irão acreditar. A
biblioteca nacional está bem próxima é uma construção bastante peculiar, meio
expressionista. Dentro deve ser mais legal ainda, porém para variar não entrei
no prédio.
Já
estava ficando tarde e a temperatura começava a despencar em queda livre. Fomos
ao Supermercado Disco da Avenida del Libertador compramos aquele monte de
guloseimas argentinas (os chocolates são deliciosos) e tomamos um táxi até o
cruzamento da Bartolomé Mitre com a Florida e voltamos para o Hostel. Bem,
devidamente alimentado e morto de tanto andar, não demorou muito para que eu
caísse em sono profundo.
Dicas:
- Oficialmente o Barrio Norte não existe. Em
muitos mapas esta região é mostrada como parte da Recoleta.
- Nas imediações da estação de trem de Retiro,
atenção redobrada.
-
Na Recoleta não deixe de visitar “O Ateneu”. Uma
livraria antiguíssima e tida como uma das maiores do mundo.
- A visita ao Museu de Belas Artes é obrigatória.
Em seu acervo fixo você encontrará obras de Pablo Picasso, Goya, Monet, Van
Gogh...
-
Não lembro ter visto nenhuma estação de metrô
próxima as principais atrações da Recoleta.
A estação mais próxima que eu vi ficava na esquina da Santa Fé com a
Pueyrredon (isso no Barrio Norte).
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Torre Catalinas Norte |
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Torre de los Ingleses |
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Estação de Trem de Retiro |
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Interior da Estação |
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Memorial da Guerra das Malvinas |
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Edficio Kavanagh |
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Torre de los Ingleses desde a Plaza San Martín |
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San Nicolas de Bari |
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Plaza Vicente Lopez (Recoleta) |
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Igreja do Sagrado Coração |
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Embaixada do Brasil |
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Monumento na Plaza Francia |
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Detalhe do túmulo de Evita Perón |
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Buenos Aires Design |
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Museo de Bellas Artes |
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Facultad de Derecho |
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Flor Metálica |
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Embaixada do Reino Unido |
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Biblioteca Nacional |
4° dia: Jardins de Palermo
O
sábado amanheceu com cara de primavera. Céu azul, sol, temperatura por volta de
19°C, dia perfeito para dar uma volta no parque.
Fomos
até a Florida (tudo o que íamos fazer em Buenos Aires passávamos pela Florida)
compramos algumas coisas e fomos até a Plaza San Martín onde tomamos um metrô
da linha D em direção à estação Congreso
de Tucumán. A saber, quem está
acostumado com o metrô paulistano vai estranhar um pouco. O metrô portenho é lento, cheio,
completamente subterrâneo e as estações são sujas e desorganizadas. Mas, de
qualquer forma, é um meio de transporte bastante eficiente para quem quer se
descolar sem gastar muito. Pagamos AR$ 1,10 pelo bilhete simples.
Descemos
na estação Palermo, o que nos fez perder muito tempo andando até o Parque 3 de
Febrero. O indicado é descer na estação Plaza Italia e você já sairá em frente
ao Jardim Botânico e ao Zoológico.
Você
perceberá que quanto mais ou norte de Buenos Aires você for, maior será o nível
econômico e social dos lugares. Palermo é ainda mais bonito do que Retiro. O
maior bairro de Buenos Aires é dividido em quatro partes: Palermo Chico,
Palermo Soho, Palermo Hollywood e Palermo Viejo. Os jardins de Palermo se
estendem por uma área que vai da Avenida Santa Fé até a Costanera Rafael Obligado.
Se você olhar no mapa é uma imensa área verde que funciona como um pulmão da
cidade.
Caminhar
por Palermo é super agradável, as ruas são tranquilas, grandes, arborizadas,
cheias de praças. Descendo na estação Palermo, viramos à direita na Avenida Bullrich,
descemos até a sua intersecção com a Avenida del Libertador virando à esquerda
e seguindo reto até o Parque 3 de Febrero. Pode parecer simples, mas esta
caminhada durou quase uma hora (tudo bem que eu parava a cada 2 minutos para
tirar uma foto). Então, não se deixe enganar pelos mapas, “o logo ali” pode se
transformar em horas de caminhada.
É
importante uma ressalva. O Parque 3 de Febrero é um conjunto de parques que se
espalham entre as Avenidas Casares e Del Libertador. O mais famoso deles é o El
Rosedal. O parque é imenso, com várias espécies de flores (naquele finalzinho
de inverno já era possível ver várias desabrochando), há varias esculturas
espalhadas pelo parque. Você pode percorrer o parque a pé, alugar uma bicicleta
ou dar uma volta de carruagem no maior estilo Central Park. Há também a opção
de explorar um dos três lagos artificiais do parque de bote ou pedalinho. Em
minha opinião o destaque do parque fica por conta do pátio andaluz, não deixe
de ver.
Ao
lado do Rosedal fica o Planetário de Buenos Aires, infelizmente, no horário que
eu cheguei estava fechado para visitação e só abriria dentro de algumas horas.
Saí caminhando agora em busca do Jardim Japonês. Um conselho útil: fique
perdido em Palermo sem medo de ser feliz. Desfrute das praças, dos monumentos
que remetem vários acontecimentos da história argentina, se estiver cansado,
pare em um café e aprecie a paisagem. Palermo é um daqueles locais que faz você
se sentir feliz por estar vivo.
O
Jardim Japonês é um local maravilhoso também. Cheio de fontes, carpas e bonsais,
um lugar que transborda tranquilidade. A entrada é paga, na época me custou AR$
20,00. Mas, vale muito a pena. Há também um restaurante dentro do jardim, mas
como eu não sou chegado à culinária oriental, optei por não entrar.
Saindo
do Jardim Japonês ,fui direto ao Malba, o Museu de Arte Latino-Americano de
Buenos Aires. A entrada me custou AR$ 15,00 e valeu cada centavo pago. A
construção em si vale a pena à visita. Mas a possibilidade de conhecer a obra
de vários pintores e escultores latino-americanos de diversos momentos
artísticos, sem sombra de dúvidas é a melhor parte da visita. E, claro, não
podemos esquecer o quadro de Tarsila do Amaral, o “Abaporu”, que faz parte do
acervo permanente deste museu. Ver ao vivo o quadro que representa o início do
movimento modernista em nosso país, não tem preço.
Para
chegar ao Jardim Botânico desde o Malba basta entrar na rua Republica de India
e seguir direto. Logo você avistará um dos portões de acesso. O Jardim Botânico
possui mais de 5.500 espécies de plantas.
Oferecendo aos visitantes três tipos de jardinagem paisagística: o
jardim romano, o jardim francês e o jardim oriental. (Não vou me alongar muito,
quem quiser saber mais é só dar uma passada na Wikipédia). Há também no parque estufas, uma biblioteca
especializada em botânica e um museu. Um prato cheio para que gosta de plantas.
Mas, se você é um daqueles que gosta de apenas curtir a paisagem, sente-se num
banquinho e relaxe.
Ao
lado do Jardim Botânico fica o Zoológico de Buenos Aires. Não posso falar muito
porque não entrei. Como eu tinha planos de visitar o Zoológico de Lujan, achei
que seria redundante a visita. Mas, não
deixem de visita-lo. Dizem que eles tem até um urso polar...
Voltei
ao Hostel de metrô. Que para a minha surpresa esta lotado em pleno final de
sábado à tarde. As pessoas se cotovelando, brigando por espaço, justamente como
acontece aqui em São Paulo (confesso que com um pouco mais de civilidade).
Depois de várias baldeações malucas chegamos à linha A do metrô de Buenos Aires
que data de 1913. As estações pouco conservam de sua arquitetura original, em
minha opinião, e se conservam estão prejudicadas pela degradação. O mais
estranho é o trem que circula por esta linha. Um trem bem antigo, com bancos de
madeira, vários espelhos dentro e porta manual. Sim, portas manuais! Você
precisa correr a porta para que ela abra. A Linha A do metrô de Buenos Aires
lembra um filme de terror, e não estou brincando.
Saltei
na estação Congreso e fui para o
hostel. Mas, desta vez não fui dormir. Como era sábado, dia de festa em
qualquer hostel do mundo, resolvi que ia me socializar com o pessoal. E foi bem
legal. Conheci muita gente interessante, tomei algumas Quilmes (não deixe de
provar, é simplesmente deliciosa) e por volta das 02:00 da manhã fui “al
boliche” (balada como eles dizem por lá).
Tinha
saído do Brasil já na intenção de visitar a filial portenha da Pacha, parada
obrigatória para qualquer amante de música eletrônica. E assim o fiz. A Pacha
Buenos Aires está na Costanera Norte próxima ao Aeroparque. A casa é pequena se
compararmos com a extinta Pacha São Paulo, mas é bem bonita. Tem uma pista
externa que fica de frente para o Rio da Prata, mas como era inverno e com uma
frente fria chegando diretamente da Patagônia era impossível resistir cinco
minutos lá. Não paguei pela entrada. Só pela consumação. Uma dose de tequila
custava em média AR$20,00 (cuidado para não “emborracharse”; ficar
bêbado). Curti muito a balada. Fiquei
impressionado com a habilidade do dj residente em passear por várias tendências
da música eletrônica com maestria. Os jovens argentinos são bem divertidos. As
pessoas sempre me perguntavam de onde eu era, o que eu fazia, se estava
sozinho... Uma simpatia. Diferente da extinta sucursal paulistana, não senti
aquele ar de glamour fake de classe A+ ++++ pairando no ar. As pessoas eram
normais e todas estavam ali curtindo muito.
Voltei
para o Hostel meio “borracho”, confesso. Mas de alma lavada também. Nada melhor
que sentir o seu coração batendo no mesmo ritmo da música, enquanto você de
olhos fechados flutua sobre um mar de pensamentos calmos. Dormi duas ou três horas, logo mais era hora
de explorar a parte sul de Buenos Aires.
Dicas:
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As baladas portenhas começam bastante tarde, por
volta das 02:00 da manhã e acabam por volta das 07:00.
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Para quem curte música eletrônica uma boa pedida
é o Crobar. Mas, Buenos Aires oferece balada de todos os tipos e para todos os
bolsos.
- Reserve um dia completo para Palermo. Vale
também um passeio por Palermo Hollywood que é o reduto das emissoras de rádios
e canais de TV da capital portenha. A região oferece ótimas opções de bares,
restaurantes e baladas.
- Ao sair da balada fique esperto com o preço de
táxi. Geralmente os táxis parados na porta das casas noturnas tem um preço fixo
e tabelado bem acima de uma corrida normal. De San Nicolás até a Costanera
Norte na ida me custou AR$28,00. Na volta, um taxista na porta da Pacha queria
me cobrar AR$ 60,00 pela mesma corrida. Optei por esperar um táxi normal
passar. A corrida de volta ficou por AR$30,00.
- As mulheres brasileiras irão se sentir rainhas
nas baladas portenhas. Mas isso, só indo para saber o que eu quero dizer.
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Avenida del Libertador em Palermo |
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Parque 3 de Febrero |
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Parque 3 de Febrero |
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El Rosedal |
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El Rosedal |
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El Rosedal |
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El Rosedal |
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Um dos Lagos Artificiais do Parque 3 de Febrero |
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Monumento da Av del Libertador |
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Planetario |
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Monumento na Av del Libertador |
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Praça em Palermo |
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Rua de Palermo |
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Jardin Japonés |
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Jardin Japonés |
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Jardin Japonés |
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Jardin Japonés |
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Jardin Japonés |
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Jardin Japonés |
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Malba |
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Interior do Malba |
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Jardin Botánico |
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Jardin Botanico |
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Estátua dentro do Jardin Botanico |
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Jardin Botánico |
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Trem da linha A do metrô |
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Pacha Buenos Aires |